Uma startup possui características singulares, como a criação visando uma entrega única de valor, com foco em inovação e alta performance para transformar uma ideia em um produto/serviço com valor de mercado.
Tal descrição permite compreendermos que não há espaço para complacência sobre direções e atividades. Trata-se de uma cultura singular, baseada na velocidade exigida pela modernidade. Esta cultura deve refletir-se em toda a documentação estratégica da empresa. Mesmo que seja uma startup e se baseie em métodos ágeis de planejamento, gestão e execução, algum nível de documentação é imprescindível.
Discutimos esses elementos com o mestre Udo Kurt Gierlich no módulo de Propósito Cultural e Estratégico no Ecossistema de Inovação, na turma 24 do Lean Governance da Board Academy Br.
A parte estratégica, que reflete visão, missão, valores, plano de negócios e de ação, encontramos como ponto central a ideia do propósito. Nos mercados modernos, é totalmente desejável que uma empresa seja movida por propósito claro, que evidencie como sua entrega fará diferença para o mundo, colaboradores, meio ambiente e todos os stakeholders. Quais princípios norteiam a empresa? Há alinhamento com princípios ambientais, sociais e de governança? Há aderência aos princípios do capitalismo consciente e objetivos do desenvolvimento sustentável?
Essas avaliações determinam se a solução que a startup deseja trazer ao mercado é sustentável. Os “founders”, investidores, mentores e conselheiros devem investigar se o problema a ser resolvido o será da melhor forma possível para todos.
Portanto, a percepção do propósito é a bússola que orienta os negócios, sendo ele expresso (recomendado) ou implícito na organização. Um propósito difícil de compreender, que exija muitas explicações, traz problemas. Afastará os melhores e mais engajados colaboradores e levantará dúvidas entre investidores e setores da sociedade sobre as intenções do empreendimento.
Na formulação estratégica, a marca cultural do propósito permeiará a missão da empresa e a visão de futuro. A cultura da empresa – adaptada da cultura trazida pelos “founders” – ditará os objetivos intermediários sob todas as perspectivas: colaboradores, fornecedores, investidores, clientes, sociedade e meio ambiente.
Isso deverá ser traduzido em números e um plano de ação: um plano de negócios “vivo”, tão “lean” quanto a gestão da startup. Os planos devem existir, mesmo que sejam modificados. É crucial seguir um caminho, mesmo que seja para ajustá-lo adiante.
Devemos sempre lembrar – especialmente como mentores, investidores ou conselheiros – que essa documentação “viva” reflete a capacidade de autocorreção e adaptação de uma startup: é importante agir rapidamente para corrigir e se adequar prontamente. Por isso, a cultura empresarial e o propósito são vitais: são a cola que manterá a organização coesa nos momentos de turbulência!
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